Dra. Cláudia Maciel

DEPRESSÃO

Transtornos do humor

Os transtornos do humor, como a depressão unipolar e o transtorno bipolar, são condições complexas que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Eles podem se manifestar de várias formas, com uma variedade de sintomas que variam em gravidade. Vamos explorar os sinais e sintomas de ambos os transtornos, juntamente com os fatores de risco, comorbidades e opções de tratamento medicamentoso.

Os sintomas depressivos variam na intensidade dos sintomas e pode oscilar de uma pessoa para outra e até mesmo na mesma pessoa ao longo do tempo. Alguns podem experimentar sintomas leves que interferem minimamente em suas vidas diárias, enquanto outros podem enfrentar sintomas graves que dificultam significativamente o funcionamento normal. Além disso, a duração dos sintomas também pode variar, desde episódios únicos até a presença constante de sintomas ao longo de meses ou anos. Essa variação na intensidade e duração dos sintomas destaca a complexidade da depressão e a necessidade de abordagens de tratamento personalizadas.

É de suma importância distinguir entre a tristeza normal, que e uma reação emocional temporária a eventos estressantes ou desafios da vida, e a depressão, que é uma condição clínica mais grave e persistente. Enquanto a tristeza normal tende a ser passageira e geralmente é desencadeada por circunstâncias específicas, a depressão pode persistir por semanas, meses ou até anos, mesmo na ausência de eventos estressantes óbvios. A tristeza normal geralmente não interfere significativamente nas atividades diárias ou no funcionamento geral, enquanto a depressão pode causar um impacto profundo na vida pessoal, social e profissional da pessoa afetada. Além disso, a tristeza normal geralmente é acompanhada por uma compreensão clara da causa subjacente, enquanto a depressão pode parecer inexplicável ou desproporcional em relação à situação externa. Reconhecer essas diferenças é fundamental para identificar quando a tristeza pode evoluir para depressão e buscar ajuda profissional adequada.

A depressão unipolar, também conhecida como depressão maior ou transtorno depressivo maior, é caracterizada por pela presença do humor deprimido que e o sintoma central desta patologia. Outros sinais e sintomas mais comuns são sentimentos persistentes de tristeza, vazio ou desesperança. Podem ser sintomas graves e que, muitas vezes, colocam a vida do paciente em risco. A perda de interesse ou diminuição do interesse ou prazer em atividades que costumavam ser agradáveis e um sinal importante para o diagnostico do caso bem como proposição de abordagens terapêuticas. As alterações no apetite podem ser refletidas como perda ou ganho significativo de peso, sem estar em uma dieta específica. Parece estranho dois sintomas tão distintos como perda ou aumento de peso mas a especificação em qual caso isso ocorre ainda não tem suporte cientifico adequado. Também os distúrbios do sono tanto para menos como insônia (dificuldade em dormir) ou hipersonia (dormir em excesso) estão presentes em casos de depressão. Associado a estes sintomas são comuns a queixa de fadiga excessiva sentindo-se cansado ou sem energia grande parte do seu dia e relatos como “e difícil levantar da cama” são comuns. Associados a esta fadiga excessiva e dificuldade de realizar tarefas simples surgem sentimentos de inutilidade ou culpa, baixa autoestima, sentimentos de culpa excessiva ou inadequação.

A dificuldade de concentração e também muito comum e refletem a presença constante de situações em que o paciente se volta toda a atenção para conteúdos internos e, com isso, podem haver dificuldade para se concentrar, tomar decisões ou lembrar informações. Esses sintomas físicos podem não apenas causar desconforto significativo, mas também podem contribuir para a gravidade e a cronicidade da depressão. Portanto, é importante que os profissionais de saúde considerem esses sintomas ao avaliar e tratar a depressão, visando uma abordagem holística para o bem-estar do paciente. E, por ultimo, mas não menos importante, os quadro de suicídio sao comuns mas não necessariamente enunciados. Auto mutilação tem sido muito frequente recentemente e a sensação de querer sumir do mundo, deixar de existir são frases comumente escutadas ao avaliar este paciente

Fatores de Risco e Comorbidades

Vários fatores podem aumentar o risco de desenvolver depressão unipolar, incluindo predisposição genética, eventos estressantes da vida, desequilíbrios químicos no cérebro e condições médicas subjacentes. Recentemente as pesquisas mais modernas sugerem que fatores hepáticos (fígado) possam também estar envolvidos nos quadros depressivos bem como o tipo de bactéria presente no colon (intestino grosso) pode ser responsável pelo desenvolvimento dos quadros depressivos, mas a especificação em qual caso isso ocorre ainda não tem suporte cientifico adequado.

Além disso, a depressão unipolar pode coexistir com outras condições clínicas ou psiquiátricas, como ansiedade, transtornos alimentares, déficit de atenção , tabaco e outras substâncias e doenças crônicas como hipertensão, obesidade, diabetes, arritmias etc.

Além dos sintomas emocionais, cognitivos e físicos, a depressão também pode ter um impacto significativo na vida social e nos relacionamentos interpessoais da pessoa afetada. Algumas formas pelas quais a depressão pode afetar o aspecto social da vida como por exemplo isolamento social que sao presentes em pessoas que se sentem desmotivadas ou incapazes de participar de atividades sociais que costumavam desfrutar. Elas podem se retrair e evitar interações sociais, até mesmo com amigos e familiares próximos. O isolamento social pode levar a sentimentos de solidão e agravar os sintomas depressivos. A dificuldade de relacionamento pode ser secundario a estes sintomas de desmotivação e isolamento mas o paciente tem dificuldades concretas em iniciar e manter relacionamentos interpessoais. Os pacientes podem se sentir distante, desconectado ou incapaz de expressar emoções de forma adequada, o que pode levar a conflitos ou mal-entendidos nos relacionamentos.esta apatia não se restringe apenas nos relacionamentos interpessoais mas também nas atividades sociais e profissionais

Prevalencia

Em um mundo marcado por diversos desafios, a depressão se destaca como um problema de saúde mental de proporções alarmantes, afetando milhões de pessoas e se tornando uma das principais causas de incapacidade global. Os transtornos depressivos afetam milhões de pessoas em todo o mundo, representando uma das principais causas de incapacidade global. Estima-se que aproximadamente 264 milhões de pessoas de todas as idades sofrem de depressão em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, há diferenças significativas na prevalência da depressão entre homens e mulheres. As mulheres tendem a apresentar taxas mais altas de depressão em comparação com os homens. Isso pode ser atribuído a uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais, incluindo diferenças hormonais, experiências de vida únicas, desigualdades de gênero e padrões culturais. Por exemplo, as mulheres podem ser mais propensas a relatar sintomas depressivos e procurar ajuda médica, enquanto os homens podem ser menos propensos a reconhecer ou admitir que estão enfrentando problemas de saúde mental. Entender essas diferenças de gênero na prevalência da depressão é crucial para o desenvolvimento de intervenções e políticas de saúde mental mais eficazes e culturalmente sensíveis.

O impacto social da depressão pode ser profundo e duradouro, afetando todos os aspectos da vida da pessoa, desde a qualidade dos relacionamentos até o desempenho no trabalho ou na escola. É crucial oferecer apoio e compreensão às pessoas que vivenciam a depressão, ajudando-as a se sentirem apoiadas e conectadas enquanto buscam tratamento e recuperação. E infelizmente, ainda existe um estigma em torno da saúde mental, incluindo a depressão. Isso pode levar a sentimentos de vergonha, culpa ou medo de ser julgado pelos outros. O estigma pode dificultar a busca por ajuda e apoio, perpetuando o ciclo da depressão.

Tratamento Medicamentoso:

O tratamento medicamentoso para a depressão unipolar geralmente envolve o uso de antidepressivos, que ajudam a regular os neurotransmissores no cérebro, como a serotonina e a noradrenalina. Alguns dos medicamentos comuns incluem inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN), e antidepressivos tricíclicos (ATC). É importante ressaltar que a escolha do medicamento e a dosagem devem ser personalizadas para cada indivíduo, e o acompanhamento médico regular é essencial para monitorar os efeitos colaterais e ajustar o tratamento conforme necessário. O tratamento psicoterápico e fundamental para o restabelecimento pleno do paciente.

Se pudéssemos resumir um tema tão importante gostaria de salientar que os quadros depressivos podem estar presentes em todas as fases da vida, com sintomas mais ou menos incapacitantes, com impacto negativo da vida do paciente e, precisamos mais do que nunca, diminuir as barreiras entre o paciente e a oferta de um tratamento adequado e embasado com ferramentas – medicamentosas ou nao – o mais precocemente possível. Se tratado, o paciente evolui bem, retoma a qualidade de vida e tem uma vida plena.

Em breve nos siga para post sobre transtornos de humor bipolar… te espero!

Clique no botão do WhatsApp,
tire suas dúvidas e já agende
a sua consulta

2024© Dra. Cláudia Maciel. All rights reserved. @draclaudiamaciel

Abrir bate-papo
Olá 👋
Como podemos ajudá-lo?