Talvez motivada pela insônia ha dois dias (viagem, compromissos muito cedo e fuso horário) este tema me seja caro hoje. Mas esta minha insônia é uma doença? Não. Por mais que tenha vontade de tomar uma pilula qualquer, essa minha insônia é motivada por questões, ambientais que devem ser tratados. Mas vamos falar um pouco de insônia? A insônia é dos diversos tipos de distúrbio do sono que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Suas causas podem ser variadas, incluindo fatores físicos, ambientais e sociais, como escrevi antes.

As causas físicas podem ser decorrentes de vários motivos dentre eles desequilíbrios hormonais: Alterações nos níveis de hormônios como cortisol e melatonina podem afetar o ciclo sono-vigília além de alteração de hormônios na menopausa, frequente causa de insônia em mulheres. Algumas condições médicas como apneia do sono, asma (falta de ar) e refluxo gastroesofágico (dor, sensação de queimação na região peitoral) podem interferir na qualidade do sono. Impossível não citar a dor crônica como fator de risco para insônia. Condições dolorosas, como artrite ou fibromialgia, podem tornar difícil para uma pessoa adormecer ou permanecer dormindo necessitando uma avaliação cuidadosa e minuciosa para não incorrermos em erros.

Como antecipei no post, causas ambientais são causas frequentes de queixas de insônia e devem ser avaliadas criteriosamente e, se possível, afastar a causa para cessar os sintomas. Ruídos podem perturbar o sono, especialmente a arquitetura do sono, durante o estágio REM que é o mais reparador. A luz, especialmente à luz azul de dispositivos eletrônicos, pode interferir na produção de melatonina, um hormônio chave para o sono e, com isso, aumentar o risco de complicações sérias para a saúde tais como hipertensão, obesidade dentre outras. Também vale lembrar que ambientes muito quentes ou muito frios podem dificultar o adormecer ou causar despertares durante a noite.

Não menos importantes as causas sociais geram quadro de insônia. O estresse é um ótimo exemplo. Se agudo, cessado a causa, cessa-se o sintoma mas se crônico, podem levar a uma mente agitada e dificuldade para relaxar o suficiente para dormir. Também as mudanças frequentes de horário para dormir (como trabalhar em plantões, etc) podem perturbar o ritmo circadiano, causando insônia. O estilo de vida que inclua consumo excessivo de cafeína, álcool ou tabaco, psicostimulantes (como cocaína, crack, ritalina etc) podem contribuir para a insônia e outras doenças físicas e não devem ser menosprezadas.

O diagnóstico da insônia geralmente envolve uma avaliação detalhada dos padrões de sono do paciente, histórico médico e exame físico. Em alguns casos, o médico pode recomendar um diário do sono para monitorar os hábitos de sono ao longo do tempo. Além disso, testes adicionais, como estudos do sono (polissonografia), podem ser solicitados para descartar outras condições subjacentes.

O tratamento da insônia geralmente envolve uma abordagem multiprofissional e multifacetada, que pode incluir mudanças no estilo de vida, mudanças ambientais, sociais, físicas, dependendo da possível origem da insônia. Técnicas de relaxamento, tratamento de doenças adjacentes-físicas ou psíquicas podem incluir vários tipos de terapêuticas diferentes e, em alguns casos, medicamentos para dormir.

Nos últimos congressos internacionais que participei, a insônia foi um assunto amplamente discutido como sintoma, doença e fator de risco para surgimento de outras patologias (obesidade, hipertensão, diabetes e, até mesmo, alguns tipos de câncer).

Se você ou algum amigo ou parente apresenta este sintoma oriente-o sobre o que discutimos aqui, estimule a procurar mais informações especializadas e em sites sérios e ajuda profissional especializada. A insônia pode ser um sintoma fácil de resolver. Ou vai incluir várias técnicas e tratamentos. Somente uma avaliação adequada poderá predizer qual o caminho a ser seguido.

Até nosso próximo bate papo.